Abraão e Melquizedeque
Algumas pessoas ao perceberem que realmente não há base no NT para doutrinar os fiéis na questão do dízimo, incentivando-os a contribuir com 10% do que ganham, recorrem aos fatos em Gênesis ocorridos antes da promulgação da lei, para argumentarem que antes mesmo da lei, o ato de dizimar já era algo comum. Essa afirmação está baseada no dízimo dado uma única vez por Abraão a Melquizedeque e ao voto feito por Jacó a Deus
O que os malandros da fé não dizem é que Abraão não deu um centavo, nem uma moeda, nada de dízimo do SEU PATRIMÔNIO! Zero! O tal dízimo que Abraão deu foi dos despojos da guerra, ou seja, dos bens que ele conquistou na guerra contra aquele povo que tinha capturado o seu sobrinho Ló. Repito, Abraão não deu nada de dízimo dos bens que adquiriu como fruto do seu trabalho! Leia o texto escrito na carta aos Hebreus 07:04:
"Vejam como Melquizequede era grande: Abraão, o patriarca, lhe deu a décima parte de tudo o que havia tomado dos inimigos na batalha."
Entendeu? Ele não tirou do próprio bolso, por assim dizer. Se alguém quiser seguir o exemplo de Abraão é muito simples, junte alguns homens ache um motivo para guerrear contra alguma nação e, se vencer e dominar aquela nação contra aqual guerreou, faça o cálculo de todos os bens tire dez por cento deles, vá até Jerusalém, procure um sacerdote e entregue esse dízimo! Parece loucura? Então caia na realidade pois o argumento usado a partir do dízimo de Abraão para dizer que o dízimo existe antes da lei é uma farsa!
Porém, vamos ver mais detalhes!
No livro de Gênesis 14:18, 20,
Melquizedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho a Abraão; ele era sacerdote do
Deus Altíssimo. O texto diz: "E bendito seja o Deus Altíssimo, que
entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abraão o
dízimo". A pergunta que faço é: Por que Abraão deu o dízimo a
Melquizedeque?
Em primeiro lugar é importante
saber que o ato de dizimar era uma prática comum entre as NAÇÕES (não pessoas) da
antiguidade, como afirma o Dr. Davis:
“Oferecia-se
certa quantidade dos produtos produzidos ou dos ‘despojos da guerra’. Os Lídios
ofereciam a décima parte das presas. Os fenícios e os cartagineses enviavam anualmente
a Hércules, a décima parte de suas rendas. Os egípcios deviam
contribuir com a ‘quinta’ parte das colheitas para Faraó” (Davis, John. Dicionário.
P.1960. V. tb. Gn 47:24 ).
No caso de Abraão, muitos acreditam que aquele
ato, realizado antes que a lei fosse promulgada por meio de Moisés, é uma prova
de que o ato de dizimar faz parte do pacto feito por Deus com o patriarca. Isso
consequentemente "obrigaria" a seus descendentes em Cristo (os
cristãos) que estão sob a nova aliança a dizimarem. No entanto,
há as seguintes objeções: a) Deus chamou Abraão, o justificou e lhe fez
promessas, estabelecendo com ele um pacto, bem antes que ele desse o dízimo a Melquizedeque
( Gl 3:8,18; Gn12:2), o que significa que o ato de dizimar de forma alguma faz
parte da aliança entre Deus e Abraão.
b) De Harã Abraão saiu com todos os
seus bens, mas sem dar o
dízimo a ninguém (Gn12:4,5). Em razão da fome que havia na terra, Abraão se
deslocou para o Egito, lá ele adquiriu muitos bens, estava rico (Gn
12:16;13:1,2), mas não vemos nenhum relato nos informando que ele tenha dado o
dízimo a mais alguém do que ganhou.
c) A razão de Abraão dizimar a
Melquizedeque está explícita no texto, vejamos: "Melquizedeque, rei de
Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote" (Destaque do
autor). Aqui está a primeira razão, foi pelo fato de Melquizedeque ser um
sacerdote. O sacerdote era tido como uma pessoa sagrada, que servia de mediador
entre o homem e Deus. Porém, mesmo sendo Melquisedeque um sacerdote, Abraão não
daria o dízimo a ele, a não ser que ele servisse ao seu Deus, pois existiam
vários deuses já naquele tempo, e consequentemente, vários sacerdotes.
Do Deus Altíssimo. Observe nos versículos 19 e 20
que Melquizedeque abençoou a Abraão fazendo menção ao "Deus
altíssimo", como sendo o Criador dos céus e da terra e
Soberano, pois, "entregou os teus adversários nas tuas mãos". Portanto,
Abraão notou que além de sacerdote, Melquizedeque conhecia e servia ao mesmo
Deus que ele então não teve dúvida, tal sacerdote podia receber o seu dízimo
(14:22 ). Observe ainda que antes do rei Melquizedeque vir até Abraão, o rei
de Sodoma já havia se antecipado, vindo receber os despojos dele, pois, como já
sabemos, essa era uma prática comum na antiguidade; fazia parte da cultura
daquela época oferecer certa quantidade dos
"despojos da guerra", e foi por esta razão que o rei de Sodoma veio
ao encontro de Abraão (Gn 14:17). Veja o que ele diz: "Dá-me as
pessoas, e os bens ficarão contigo" (Gn 14:21). Porém, Abraão mostrou
que considerou Melquizedeque como superior, por isso lhe deu o dízimo "de
tudo", mas, quanto ao rei de Sodoma, ele não mostra submissão, mas trata-o
de igual para igual, e não quis nada que pertencesse aquele rei.
Observe ainda que, após aqueles
acontecimentos, Abraão não dizimou a mais ninguém, o que prova que ele não
tinha o costume de dizimar. Também não há registros de que Ló, o sobrinho de Abraão,
nem Sem, com os seus descendentes, nem os descendentes de Jafé ou de Cão
tiveram tal costume. Nem mesmo Noé e nem a população humana, antediluviana foram
dizimistas porque, se fossem, certamente isso seria relatado.
Cultura é local e doutrina é universal
No que diz respeito à “cultura” e
“doutrina”, vale lembrar aqui que doutrina é universal e nunca deixa de
ser doutrina com o passar dos tempos. O que foi doutrina nos tempos bíblicos,
se tiver valor normativo, tem que ser doutrina ainda hoje, em qualquer lugar do
mundo. Já a cultura (usos e costumes, hábitos) tem outra característica. O Dr. James
Braga define cultura como: "as diferentes características de um grupo
racial, religioso ou social. Isto é, aquilo que o povo faz, como vive, como
pensa e como age." (BRAGA, James. Como estudar a Bíblia, P. 41)
Isso significa que as nações, nos dias atuais não têm mais esse hábito. Qual hábito? O hábito de dizimar os despojos de uma guerra conquistada! Portanto, se você quer usar o exemplo de Abraão como base para dizimar, precisaria agrupar uma quantidade de pessoas, guerrear contra alguma nação, vencer a guerra, se apoderar dos despojos daquela nação e, dos despojos, procurar um sacerdote para dizimar à ele. Vou repetir: Leia o texto escrito na carta aos Hebreus 07:04:
"Vejam como Melquizequede era grande: Abraão, o patriarca, lhe deu a décima parte de tudo o que havia tomado dos inimigos na batalha." Boa sorte!
Se não há uma ordem na narrativa não é doutrina
Além do que foi dito sobre cultura,
devemos saber que entender o que o escritor de um determinado livro quer dizer
em uma passagem é um desafio que requer, entre outras coisas, que o leitor
saiba perceber quando trata-se apenas de um relato histórico e quando realmente
há uma ordem expressamente dada por Deus, tornando o ato ou o ensino não só uma
doutrina para aquela época, mas para todos os tempos, inclusive para a nossa época
também.
Algumas doutrinas têm caráter
universal. Transformar um simples relato histórico em doutrina sem que haja uma
ordenança dada por Deus para isso é violar os princípios da hermenêutica, bem
como ignorar o aspecto cultural da passagem. O escritor de Gênesis
apenas expôs uma verdade descritiva, isto é, ele apenas relatou um
acontecimento histórico que foi o episódio envolvendo Abraão e Melquisedeque.
Conforme os mestres em hermenêutica, há na Bíblia Sagrada verdades descritivas
e prescritivas:
"As
descritivas relatam o que foi dito ou o que aconteceu em determinado tempo. As
prescritivas são tidas como
articuladoras de
princípios" (VIRKLER,
Henry. Hermenêutica.
Princípios e processos de interpretação bíblica. P.65)
“Uma narrativa do
AT não ensina diretamente uma doutrina [...] registram o que aconteceu não
necessariamente o que deveria ter acontecido ou que deve acontecer todas as
vezes.”( FEE,
Gordon
D. e STUART, Douglas. Entendes o que lês? P.69)
Se não há uma ordem divina na narrativa não é doutrina, logo é verdade descritiva. Se há uma ordem na narrativa é uma doutrina, logo, é uma verdade prescritiva. Porém, mesmo que haja uma ordem para que se obedeça o que foi ordenado, é preciso saber se é uma ordem que vale apenas para os judeus ou se deve ser obedecida por todos em qualquer época. Como saber o que continua sendo doutrina no AT e o que deixou de ser doutrina? Clique no link a baixo e leia a respeito.
Clique aqui para ler sobre A LEI DO AT SEGUNDO O NT
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O dízimo não faz parte da aliança
entre Deus e Abraão. Note que a circuncisão sim, pois Deus ordenou a prática
dela a Abraão, como sinal da aliança (Gn 17: 9-14). A partir daquele dia, a
circuncisão passou a fazer parte da vida de todos os descendentes de Abraão, de forma que,
se alguém se recusasse, por alguma razão, a fazer a circuncisão, poderia até
mesmo morrer. Esta sim é uma verdade prescritiva. Porém, note que ela não é
aplicável a nós cristãos, mesmo sendo uma ordem de Deus (EX 4: 24 - 26), por
que o dízimo, porém, tem que ser? Portanto, não se deve obrigar o pagamento do dízimo
aos cristãos, com base no texto de Gn 14:18-20.
Por fim, mesmo que uma passagem
possua uma verdade prescritiva, ou seja, que traga uma ordem de Deus exigindo obediência, o leitor
deve se perguntar se tal ordem é aplicável para os nossos dias, ou se foi
válida apenas para aquela época.
O voto de Jacó
Em Gênesis 28:20-22 temos o
seguinte relato sobre Jacó:
"Então Jacó
fez um voto, dizendo: 'Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que
estou fazendo, prover-me de comida e roupa, e levar-me de volta em segurança à
casa de meu pai, então o SENHOR será o meu Deus. E esta pedra que hoje coloquei
como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente
te darei o dízimo"
Trata-se de um
voto feito por Jacó e, conforme o texto, fica evidente que Jacó fez o voto
voluntariamente, isto é, Deus não ordenou que Jacó voltasse e muito menos que
os seus descendentes cumprissem em suas gerações, o voto de Jacó que consistia,
entre outras coisas, em dizimar. Jacó não estava representando ninguém além de
si mesmo naquele ato. Se alguém quiser insistir no fato de que deve tomar tal acontecimento,
como exemplo para o pagamento do dízimo, então não pode ignorar outras
situações em que outros votos também foram feitos por outras razões, e tomá-los
como exemplo para praticar as mesmas coisas. Você estaria disposto a seguir o
exemplo de Jefté? (Jz 11: 29-40). Teria que estar disposto a fazer o que ele
fez, pois ele também fez um voto, logo, isso deveria tornar-se uma base para
oferecermos a Deus tudo o que víssemos ao chegarmos em
casa. Coitado do cachorro. Mas voto não é obrigatório pra ninguém “O crente
não é obrigado a votar”. Ninguém é obrigado a fazer nenhum tipo de
voto; não que não deva fazer, desde que faça por iniciativa própria. Naquele
ato de Jacó, prevalece ainda a ideia de que dizimar não era uma obrigação para
as pessoas daquela época, embora existisse tal costume, principalmente por ter
sido um voto. Além disso, Jacó impôs condições para cumprir o seu voto:
“Se estiver
comigo...” Ele
pediu a companhia de Deus. “...cuidar de mim nesta viagem...” Ele pediu
o cuidado de Deus. “...prover-me comida e roupa... ” Ele pediu a
providência de Deus para suas necessidades pessoais. “...e levar-me de volta
em segurança à casa de meu pai.” Ele pediu a proteção de Deus para voltar.
Essas foram as
exigências de Jacó, se Deus concedesse tais exigências, Jacó iria assumir os seguintes compromissos. “...então o SENHOR
será o meu Deus...” Aquele era um mundo politeísta em que muitos deuses
eram adorados, mas Jacó escolheu servir ao Deus de seus pais, Javé. O Deus de
Abraão e de Isaque seria também o Deus de Jacó.
“...então o
SENHOR será o meu Deus...” Aquele era um mundo politeísta em que muitos deuses
eram adorados, mas Jacó escolheu servir ao Deus de seus pais, Javé. O Deus de
Abraão e de Isaque seria também o Deus de Jacó. "... e de tudo o que me
deres certamente te darei o dízimo". E por fim, ele fez o voto de
dizimar tudo.
Voto é um
assunto muito particular, é um trato que o fiel faz com Deus e compromete-se a
cumpri-lo, uma vez que Deus o atenda. Note que o voto é cumprido sempre "após"
a resposta de Deus, e não antes. Se tem uma coisa que eu não duvido é que
se o patriarca Jacó vivesse em nossa época e alguns crentes o ouvisse fazendo
esta oração, certamente ele seria criticado por causa do seu "se", e
por não ter fé para pagar o voto antes, de receber a bênção.
Portanto, pelo
que sabemos, não se pode exigir a entrega do dízimo com base nessa passagem, até
porque, não era realmente obrigatório como confirma o Dr. Kidner em seu
comentário sobre esta passagem: “A dádiva do dízimo era voluntária antes de
ser ordenada”(Genêsis. Introdução e comentário- Edições Vida Nova. Vol 1.)
Gênesis é um dos livros da Lei
Aqueles
acontecimentos fazem parte do livro de Gênesis, e o livro de Gênesis é o
primeiro dos cinco livros iniciais da Bíblia, ou seja, da lei; portanto, eu
posso afirmar com certeza, mesmo que Abraão tivesse sido de fato um dizimista
religioso frequente e sua experiência tivesse servido de norma com valor estatuário ( o
que já sabemos que não ), nem mesmo isso teria força estatuária para a igreja,
porque a lei foi cumprida por Cristo, e nós nos relacionamos com Deus por meio da
fé em Cristo, não pelas obras da lei, conforme os textos abaixo: "Assim,
meus irmãos, também vós morrestes relativamente a lei" ( Rm 7:4 ARA ).
“Quero apenas
saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei, ou pela pregação
da fé?" (Gl
3:2 ARA). “De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei,
da graça decaístes” (Gl 5:4 ARA). Portanto, o dízimo que Abraão deu a
Melquisedeque e o dízimo que Jacó deu a Deus, em cumprimento do seu voto, são
fatos pertencentes à lei e, como podemos ver claramente, o cristão esta livre
da lei. Se o cristão for obrigado a pagar o dízimo com base na experiência de
Abraão e Jacó, pelo fato de terem eles dizimado, antes da lei ser promulgada,
então o cristão também terá que cumprir outros requisitos como:
A observância do sábado
Antes de a lei
ser promulgada no Sinai (Ex 20:1-17), o sábado não foi instituído como o dia de
descanso: “E havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que tinha
feito descansou. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele
descansou de toda a obra que
como Criador fizera" (Gn 2: 2,3 ARA). O texto diz apenas que Deus
descansou. Não há nenhuma citação de que alguém guardava o sábado antes da lei.
As conclusões são apenas hipotéticas. De fato isso é até mesmo confirmado por
Eusébio de Cesaréia (veja o capítulo 6 ).
Note que não há
uma ordem explícita para que os futuros habitantes da terra guardem o sábado. O
escritor está apenas narrando um fato, da mesma forma como ocorreu nas
experiências de Abraão e Jacó, nos quais não há também uma ordem explícita que induza
a igreja a pagar o dízimo como uma obrigação. Então, se o cristão está obrigado
a pagar o dízimo com base nas experiências de Abraão e de Jacó, por que ele não
guarda também o sábado? Por acaso os exemplos dados por Abraão e Jacó são mais importantes
na vida cristã do que o exemplo divino, a saber, que Deus descansou no sábado?
Se eu pago o dízimo, mas não guardo o sábado, (refiro-me ao 7º dia como era
observado conforme o AT), estou trocando seis por meia dúzia, essa é a verdade.
O sacrifício de animais (Gn 4:4)
O texto diz que
Abel ofereceu as primícias do seu rebanho em oferta a Deus, e Deus se agradou
(Hb 11:4). Isso ocorreu antes da lei ser promulgada, portanto, nós teríamos que
continuar praticando o sacrifício de animais a Deus, ainda em nossos dias. Isso
os cristãos também não fazem. Por quê? Deveríamos seguir o exemplo de Abel,
assim como queremos seguir os exemplos de Abraão e Jacó, ocorridos antes da lei
ser promulgada no Sinai, a menos que nós tenhamos o direito de escolher o que
achar conveniente aos nossos interesses e transformá-lo em artigo de fé. Temos?
A circuncisão (Gn 17: 9 - 14)
Como podemos ver
no texto acima, na Bíblia a circuncisão foi instituída também antes da lei ser
promulgada no Sinai, observe que o versículo finaliza dizendo: “A
minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua" (v. 13).
Perpétuo significa que “dura para sempre”. Aqui há uma ordem expressa de Deus
que, deveria durar para sempre mesmo após a graça suplantar a lei no Calvário,
pois a circuncisão foi instituída antes da lei (Gl 3:17). Mas é interessante que,
mesmo tendo sido claramente ordenada por Deus, os cristãos são induzidos a se
circuncidarem, por quê? O batismo assumiu o lugar da circuncisão? E nada
assumiu o lugar do dízimo, como uma obrigação? Se o cristão está obrigado a
pagar o dízimo, por ter sido um ato praticado por Abraão e Jacó antes que a lei
fosse promulgada no Sinai, então a bem da verdade, ele também deve praticar a circuncisão,
principalmente por haver uma ordem expressa de Deus:
“Guardarás a
minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações.” “Esta é a
minha aliança que guardareis entre mim e vós e a tua descendência todo macho
entre vós será circundado” (Gn 17:9, 10 ARA).
Se você leu tudo
até aqui, pôde constatar que não é tão simples assim argumentar que a doutrina
do dízimo precede a promulgação da Lei e que, por isso, deve ser observada;
porque, se fôssemos levar por esse ponto de vista, teríamos que arcar com as implicações,
ou seja, não apenas a prática do dízimo teria que ser observada como outras
práticas, essa seria a atitude honesta a ser tomada. Ninguém pode se dar ao luxo de ser seletivo quando se trata de doutrina bíblica, ou seja, ninguém pode simplesmente escolher qual doutrina quer ensinar e qual não quer. Se quer viver e pregar as doutrinas destinadas ao povo de Israel no AT, terá que observar da forma como eles faziam.