segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A NVI MERECE CRÉDITO?





Alguns cristãos insistem em afirmar que as únicas versões verdadeiramente fiéis e dignas de crédito, por estarem de acordo com os originais são as versões baseadas no chamado Textus Receptus (TR), como a versão brasileira ARC, e a americana King James Version. Muitas denominações usam apenas a ERC, e os seus líderes nem sempre gostam que seus fiéis façam uso de outras versões da Bíblia baseadas no Texto Crítico (TC). Outros vão mais longe e insistem a afirmar que as outras versões baseadas no Texto Crítico (TC), não são dignas de crédito e usam termos, ao meu ver, infelizes em seus ataques.

O Pr. Emídio Viana em um dos seus estudos intitulado “Expondo os Erros da NVI / NIV”, faz questão de afirmar que a NVI não é uma boa versão para os cristãos. Será que as críticas desse pastor procede mesmo? É isso o que iremos descobrir logo, em nosso estudo sobre a credibilidade da NVI.



Não será possível citar o nome de todas as versões baseadas no TC, por isso, citarei apenas aquelas que eu consultei durante este estudo, embora eu procure citar os textos da NVI, já que ela tem sido a mais atacada. São elas:

ARA = Almeida Revista e Atualizada.
NTLH = Nota Tradução na Linguagem de Hoje
NVI = Nova Versão internacional.
NTJ = Novo Testamento Judaico.
BJ = Bíblia de Jerusalém.
ARC = Almeida Revista e Corrigida.

Neste nosso estudo, para não ter que ficar repetindo os nomes e nem as siglas de todas estas versões usarei as letras “TC”, abreviação da expressão Texto Critico, para me referir as versões baseadas nele e as letras “TR” para me referir as versões baseadas no Textus Receptus. Antes de darmos uma conferida nos textos da NVI para verificarmos se as acusações contra ela realmente procedem, é importante que o leitor conheça um pouco o que significa Textus Receptus e Texto Crítico.

O QUE É "TEXTUS RECEPTUS"?
A expressão "Textus Receptus" (em potuguês, Texto Recebido), surgiu de um elogio exagerado a uma segunda edição dos Elzevirs em 1633, como veremos logo abaixo. O elogio fazia parte do prefácio em latim e dizia assim: "O texto que é agora recebido por todos, no qual nada damos de modificado ou corrompido". O TR surgiu a partir de várias versões que vieram após a tradução do Novo Testamento Grego feito pelo humanista holandês Desidério Erasmo (1469-1536) de Roterdã, o mesmo que escreveu o livro "Elogio a loucura"

Francisco Ximenes de Cisneros (1437) foi quem promoveu e organizou a primeira edição impressa do Texto Grego do Novo Testamento, como parte da chamada Bíblia Poliglota Complutense. Desidério Erasmo, mais conhecido como Erasmo de Roterdã, era também um famosos escritor. Em 1516 ele publicou o primeiro Novo Testamento Grego (NTG) que chegou ao domínio público. Isso aconteceu quando ele chegou em Basiléia em 1514 e recebeu uma proposta do editor I. Froben para que preparasse tal edição do NTG, pelo que seria muito bem remunerado. Erasmo chamou o seu NTG de Novun Intrumentun.


Em Basiléia, Erasmo não encontrou manuscritos (Mss) gregos bons o suficiente, e que contivesse o NTG completo. Assim, ele baseou a maior parte do texto que elaborou em apenas dois manuscritos minúsculos da biblioteca de um mosteiro dominicano local, sendo um dos evangelhos (2e) e outro dos atos e epistolas (2ap). Esses manuscritos são provavelmente do século XII d.C. Além disso ele usou outros Manuscritos para corrigir casualmente o texto (leap, 4eap e 7 ap). Para o livro do Apocalipse, Erasmo usou apenas um manuscrito também do século XII (1r). No entanto, faltava neste manuscrito a última folha com os seis últimos versículos da Bíblia, então Erasmo utilizou a Vulgata Latina traduzida por Jerônimo no século III d.C aproveitando não apenas para finalizar o seu NTG como também para corrigir os versículos ilegíveis dos manuscritos que ele consultou. Para o leitor que desejar saber mais a respeito destes manuscritos sugiro que lei a conhecida obra do Dr. B.P. Bittencourt, o livro Metodologia de pesquisa textual.

Observe, portanto, que a base do TR, não é os manuscritos mais antigos, ou seja, mais próximos dos originais do Novo Testamento, antes baseia-se em alguns poucos manuscritos recentes e não em manuscritos primitivos. O TR é, portanto, um texto mesclado. Bem, o leitor pode pensar que isso foi tudo é que a partir dai surgiu o TR, no qual se baseia a ERC e a versão do Rei Tiago, entre outras. Mas após Erasmo terminar o seu NTG surgiram outras versões.

Em 1519 surgiu uma nova edição a qual foi utilizada por Lutero. Outras versões surgiram em 1522, 1527 e 1535, 1546, 1549, 1550 e 1551. Entre os anos de 1624 até 1787, foram publicadas mais sete edições do NTG de Erasmo, sendo que A SEGUNDA EDIÇÃO DE 1624 TEVE COMO BASE O TEXTO DE BEZA, DE 1565. As edições feitas até 1527 estiveram sobre o encargo do próprio Erasmo.

Finalmente em 1633 na Holanda, ou seja, mais uma edição do NTG baseada no texto de Erasmo, e que foi publicada por Boaventura Elzevir e Abraão Elzevir. Esta edição está entre aquelas citadas no período de 1624 até 1787. O CÓDIGO DE BEZA NO QUAL SE BASEOU ESTA VERSÃO FOI ESCRITO NO FINAL DO SÉCULO IV OU INÍCIO DO SÉCULO VI d.C. Tendo sido produzido possivelmente na Europa Ocidental. Foi a segunda edição de 1633 que serviu de base para a tradução de João Ferreira de Almeida que dom o passar dos anos passaria por revisões dando origem as versões. Por exemplo, ARA (Almeida Revista e Atualizada), ERC (Almeida Revista e Corrigida), AEC (Almeida Edição Contemporânea),  e assim por diante. Entretanto, só a CORRIGIDA continua sendo fiel ao TR, e é por isso que os que aderem a esta versão opõem-se contra as outras versões que foram corrigidas e atualizadas conforme o Texto Crítico. Note que, até surgir finalmente o TR, passaram-se cerca de 117 anos, e muitas versões foram compostas nesse tempo.

O QUE É "TEXTO CRÍTICO"?
Você se lembra do movimento renascentista? Esse movimento desencadeou uma ênfase no interesse nos valores artísticos e literários valorizando principalmente os escritos e as artes gregas clássicas, Como resultado os cristãos estudiosos também começaram a valorizar os Mss gregos do NT e passaram a revisar a Vulgata por intermédio deles. Isso, somado a intenção da imprensa, abriu caminho para o desenvolvimento e a sistematização da crítica textual.

Durante os últimos 300 anos essa busca por manuscritos do NTG não foi em vão, pois foram descobertos muitos outros manuscritos do NT. O TC surgiu por causa desses novos manuscritos descobertos por esforçados pesquisadores os quais fizeram com que a crítica textual realmente se tornasse uma ciência. Então, no século XIX a predominância do TR foi interrompido e muitos não gostaram disso. O que os críticos buscavam era um texto que estivesse o mais próximo possível dos originais do NT.

Você pode ler mais a respeito e com detalhes na obra de Wilsos Parosche Crítica Textual do Novo Testamento. Em nossos dias a maioria dos estudiosos respeitados no campo bíblico usam e defendem o TC, como Parosche e os escritores Norman Geisler e Wilian Nix, autores do livro Introdução Bíblica. Como a Bíblia chegou a té nós, no qual encontramos a seguinte declaração: "Visto que o Texto Recebido segue o texto bizantino, basicamente, é quase redundante afirmar que sua autoridade não é altamente considerada pelos estudiosos". Norman, inclusive, é coautor da excelente obra Não tenho fé suficiente para ser ateu, entre outros importantes livros.

As traduções baseadas no TC procuram de alguma forma informar ao leitor quando determinada palavra, frase ou trecho não foram encontrados nos manuscritos mais antigos, ou seja, mais próximos dos originais. A ARA, por exemplo, faz isso colocando estas partes entre colchetes. Já NVI, e a NTLH, trazem anotações no rodapé. Logo em vez de serem criticadas deveriam ser elogiadas por não omitir ao leitor informações importantes nos textos em que outras simplesmente se calam e nada dizem.

Não significa que a CORRIGIDA deva ser jogada no lixo porque, como diz a excelente escritora Elizabeth Muriel Eckdal, todas as versões são úteis de alguma forma, basta que o leitor descubra qual seja a sua utilidade. Como tradução de uso devocional, ela deixa muito a desejar, não apenas por estar baseada no TR, como por ser uma tradução feita de forma muito literal, o que afeta a compreensão de algumas passagens importantes.

ANALIZANDO AS PASSAGENS NA NVI ( NOVA VERSÃO INTERNACIONAL)

Bem, a NVI é uma das versões baseadas no TC e por isso os adeptos do TR tentando jogá-la em descrédito caluniam a intenção dos tradutores. Vamos começar falando a respeito da divindade de Cristo.

Será que a NVI anula mesmo a divindade de Cristo Jesus? Vejamos os textos selecionados para tal crítica:
Mc 9: 24; Lc 23:42;1 Co 15:47; A única diferença nestes versículos é que não aparece a palavra “Senhor”, como acontece com as outras versões baseadas no TC, quando se referem a Cristo. É uma grande bobagem insinuar que as outras versões baseadas no TC atacam a divindade de Cristo baseando-se neste textos, pelo simples fato de que em vários outras passagens o título Senhor é usado em relação a Cristo sem problema algum, veja: MT 7: 21,22; 8:2,6,8,21; 12:8; Mc 11:3,9; Lc 5:8,17; Jo 4:49; 5:7; etc. São muitos e muitos outros textos por todo o Novo Testamento onde aparece a palavra “Senhor” em relação a Cristo. Logo tal afirmação não passa de uma afirmação infundada.

Além disso, no rodapé da NVI vem explicando ao leitor que em alguns manuscritos (referindo aos que formam a base do TR) consta a palavra Senhor. Isso acontece nos textos onde a palavra “Senhor” não aparece na passagem em questão. Logo, está bem longe de ser uma versão mal intencionada, pelo contrário, isso acontece para que o leitor saiba que nos manuscritos mais antigos e mais próximos dos originais, tais palavras não aparecem.


Entre os textos mais antigos, os mais próximos dos originais, merecem mais crédito. Exemplo, se um manuscrito é do século 4 d. C. e o outro do século 2 ou do século 1, a.C. qual está mais próximo dos originais? Com certeza, o do século 2. Diga-se de passagem, que muitas passagens sofreram alterações tanto intencionais como não intencionais, e muitos leitores não sabem disso.

João 3:13 Fiel = "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, QUE ESTÁ NO CÉU." T.C. e NVI sacam do texto que Cristo "está no céu." Assim, anulam aqui (mesmo que não em toda a Bíblia), que Cristo é onipresente, é Deus! NVI: "Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que veio do céu: o Filho do homem."

Outra bobagem é querer insinuar que a NVI não merece crédito simplesmente porque não acrescenta no texto a expressão “QUE ESTÁ NO CÉU”. Basta que o leitor observe que se a intenção dos tradutores fosse essa eles teriam que omitir todas as passagens nos evangelhos e no livro doa atos dos apóstolos que relatam não só a promessa de Cristo de retornar ao Pai, como também relatam que ele retornou ao céu. Ora, e quanto ao livro do apocalipse? Será que o critico não se deu conta da bobagem que disse? Com certeza não. Primeiro porque Jesus deixou claro que “se ele não fosse” o consolador não viria ( O Consolador é o Espírito Santo. Jo 16:6,6,7). E no capítulo 2 do livro dos Atos dos Apóstolos vemos isso acontecendo, logo após o mesmo escritor (Lucas) ter relatado no capítulo 1, a ascensão de Cristo aos céus. No livro do apocalipse temos as visões de João que relatam o retorno de Cristo, e assim por diante.

At 9:5,6 "E ele disse: Quem és, Senhor? E disse O SENHOR: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. DURO É PARA TI RECALCITRAR CONTRA OS AGUILHÕES. (6) E ELE, TREMENDO E ATÔNITO, DISSE: SENHOR, QUE QUERES QUE EU FAÇA? E DISSE-LHE O SENHOR:
A NVI omite aqui a palavra " Senhor” e a frase “Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões”, mas de forma alguma o leitor vai entender que seja um ataque a divindade de Cristo. Note que, na pergunta consta a palavra “Senhor”: “Quem és Senhor?” A razão da ausência da frase é que não consta nos manuscritos antigos, como já foi dito, e não anula a divindade de Cristo, veja At 4:26, 29, etc.

Rm 14:10, 12 "Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de CRISTO. Na NVI, aqui não aparece a palavra “Cristo”, no versículo 10, mas sim, a palavra “Deus”. Isso acontece nas versões baseadas no TR. Já no final do versículo 12 aparece a Palavra “Deus” mesmo. Com isso os críticos da NVI querem dizer que esta versão anula não apenas a divindade de Cristo como também nega que será diante dele que os crentes comparecerão para serem galardoados.

Ora, se realmente os tradutores desta versão tivessem esta intenção omitiriam o texto de apocalipse 22: 12 que diz: “Eis que venho em breve! A MINHA RECOMPENSA ESTÁ COMIGO, E EU RETRIBUIREI A CADA UM DE ACORDO COM O QUE FEZ”. As palavras em letras maiúsculas fui eu quem colocou. A palavra recompensa nas versões baseadas no TR, como a ERC, é “galardão”. Isso joga por terra essa crítica infundada. Quanto a divindade de Cristo, o próprio texto enfatiza isso quando Paulo diz que “Cristo morreu e voltou a viver, para ser Senhor de vivos e de mortos.” Veja ainda; Rm 10:12; 13:14; 14:6, etc.


1Tm 3:16 "E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: DEUS se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória." Nesta passagem pelos motivos acima citados, a NVI explica em nota no rodapé que muitos manuscritos, isto é, os manuscritos que servem de base para o TR, os mais distantes dos originais, aparece a expressão “Aquele que”. Por causa disso os críticos querem afirmar que mais uma vez a NVI nega a divindade de Cristo. Note mais uma vez que isso não procede conferindo os seguintes textos: Tm 1:12; 6:14, 15. Além de várias outras passagens como as que já citei em que fica claro que Jesus é Deus, como Jo1:1, Hb 1:8, 9, etc.

1 João 4:3 "E todo o espírito que não confessa que Jesus CRISTO VEIO EM CARNE não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo." Ora, a acusação aqui, fraca inclusive é de que a NVI nega que Jesus Cristo veio em carne, ou seja, que ele foi realmente um homem de carne e osso. Lógico que a NVI não anula esta verdade, basta que o leitor confira nos evangelhos as narrativas sobre o nascimento de Cristo vindo ao mundo como uma criança, vivendo como um ser humano qualquer, e isso fica claro, porque ele se alimenta, dorme, manifesta suas emoções, chora, canta, se entristece, e até mesmo fica zangado. As pessoas tocam nele, ele toca nas pessoas, em fim.

Não faz o mínimo sentido querer insinuar que a NVI nega que Jesus veio em carne, por omitir a expressão “Cristo veio em carne”, no versículo 3 porque no versículo 2 consta essa afirmação também ao dizer: “Todo espírito que confessa que Jesus veio em carne procede de Deus”.

Continuarei a mostrar a fragilidade dos ataques a NVI assim que possível, mas o que vimos até aqui serve para nos alertar sobre os exageros do conservadorismo que nega-se a aceitar algo que vá contra seus conceitos, mesmo que seja verdade.


A NVI anula a doutrina da trindade?
DE FORMA ALGUMA!!!
Em nenhum momento a NVI, anula a doutrina da trindade, mas é essa a falsa idéia que o PR. Emídio deseja passar para os leitores, tentando lançar a NVI em descrédito. Para fazer isso ele cita o texto de 1 Jo 5:7,8 que diz:
“Há três que dão testemunho: o Espírito, http://a água e o sangue; e os três são unânimes." (NVI)

Na Corrigida texto diz o seguinte:
“Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água, e o sangue; e estes três concordam num.”
Note que na NVI não aparece a parte que diz: no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra:”


A explicação para a ausência desta passagem é a mesma que dei acima sobre os outros textos, que não se encontram em manuscritos antigos, mais próximos dos originais, e por nenhuma outra razão, mais. Mas, seria impossível alguém que não gosta da NVI perder a oportunidade de tentar difamá-la por causa disso. Covardemente o Pr. Egídio tentou associar a NVI com a TNM (Tradução do Novo Mundo- Bíblia das testemunhas de Jeová), alegando que, da mesma forma como a TNM nega a trindade, a NVI também faz o mesmo. Vou provar que isso não passa de calúnia.

Vejamos:

Sabemos que a palavra “Trindade” não existe na Bíblia Sagrada em lugar algum, trata-se de uma doutrina bíblica implícita em toda a Bíblia que é percebida mediante as várias evidências tanto no AT, como no NT. Quem conhece a TNM sabe que ela nega de forma clara a “Divindade de Cristo” (ele é uma pessoa mas não é Deus), como a “personalidade e a divindade do Espírito Santo” ( Ele não é nem uma pessoa e muito menos é Deus).

Se realmente a NVI fosse conivente com a TNM seria preciso muito esforço para não enxergar isso. Mas vejamos a verdade sobre a NVI e doutrina da trindade.

Gn 1:2
NVI: Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas."

TNM: “Ora, aterra mostrava ser sem forma e vazia, e havia escuridão sobre a superfície da água de profundeza; e a força ativa de Deus movia-se por cima das águas”
Note, portanto, que a NVI concorda com todas as outras Bíblias nesta passagem, até mesmo com as que se baseiam no TR. Dentre as versões que consultei, apenas a Bíblia de Jerusalém, traduz de forma parecida com a TNM, pois trás “um vento de Deus”, em vez de “ O Espírito de Deus”. Quanto a isso o respeitado Dr. Derek Kidner, comentando sobre o livro de gênesis diz o seguinte:
Alguns preferem traduzi-lo por ‘um poderoso vento’ ( ex., Von rad, p. 47). Mas Dn 7:2, que reflete esta passagem, mostra que um escritor que quisesse comunicar esse significado, poderia fazê-lo sem exigir que seus leitores o adivinhassem na expressão costumeira usada com referência ao Espírito de Deus, construída de forma em comum.”
(Gênesis introdução e comentário. Derek Kidner, Ed. Vida Nova).
A expressão Espírito Santo, não é muito comum no AT, costuma-se usar a expressão Espírito de Deus, em relação a 3ª pessoa da divindade, sendo Espírito Santo mais comum no NT.
No NT, a TNM usa a expressão “espírito santo” com “e” minúsculo e “s” minúsculo, como uma forma de informar que o Espírito Santo não é uma pessoa e muito menos divino, mas apenas uma energia. Nas versões protestantes usa-se a expressão “Espírito Santo” com “E” maiúsculo e “S” maiúsculo, para referir-se a 3ª pessoa da divindade como uma pessoa divina, a saber a 3ª pessoa na divindade. Observe em sua Bíblia e tire suas dúvidas se é que ainda tem. Acontece que na NVI não é diferente veja:
NVI: “Mas, depois de ter pensado nisso, apareceu-lhe um anjo do Senhor em sonho e disse: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo.”

TNM: “Mas, depois de ter cogitado estas coisas, eis que lhe apareceu em sonho um anjo de Jeová, dizendo: “José, filho de Davi, não tenhas medo de levar para casa Maria, tua esposa, pois aquilo que tem sido gerado nela é por espírito santo.”


NVI:Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele.”

TNM: “Jesus, depois de ter sido batizado, saiu imediatamente da água; e eis que os céus se abriram e ele viu o espírito de Deus descendo”

NVI: o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.”

TNM: o espírito da verdade que o mundo não pode receber, por que nem o observa nem o conhece.”

NVI: Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: "Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado".

TNM: “Enquanto ministravam publicamente a Jeová e jejuavam, o espírito santo disse: ‘dentre todas as pessoas, separai-me Barnabé e Saulo para a obra que eu os chamei.”
Quem não percebe a clara distinção entre as duas versões? A intenção da TNM em negar a personalidade e a divindade do Espírito Santo é patente. Já o mesmo não pode ser dito em relação a NVI, com certeza.

Quanto a divindade de Cristo
Além dos textos supracitados o leitor constatará facilmente que enquanto a TNM intencionalmente nega a divindade de Cristo, a NVI, por outro lado, corrobora a doutrina da trindade de acordo com as outras versões, mesmo as que aderem ao TR.
Vejamos: Jo1:1

TNM: “No princípio era a palavra e a Palavra estava com o Deus e a Palavra era [um] deus.”

NVI: No princípio era aquele que é a Palavra http://. Ele estava com Deus, e era Deus”.
Note, portanto, como a NVI difere claramente da TNM, enfatizando a divindade de Cristo, da mesma forma como fazem as demais versões!

Verifique ainda os seguintes textos em sua NVI: At 10:36; 1Co 2:8; Sl 24:8-10; Is 9:6; Hb 1:8.
Pronomes pessoais de Deus: Gn 1:26 , com Is 40:14 e Gn1:27. Também Is 6:8 e Gn 11:7;
E mais: MT 28:19,20; 2Co 13:13; MT 3: 16,17; 1Co 12:4-6.

Por fim, como já foi dito anteriormente ainda no rodapé da NVI há a explicação dizendo que no texto de 1 Jo 5:7,8, apenas alguns manuscritos da Vulgata trazem as palavras no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra:”

Não restam dúvidas, portanto, que o que existe de fato é uma tentativa frustrada no intuito  de minar a credibilidade na NVI, mas a pergunta que faço é: Por que? A resposta pode ser surpreendente para muita gente, principalmente quem abraça cegamente o que lhe é ensinado.

Quer um exemplo?

Leia neste artigo O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO




15 comentários:

4Him disse...

Deus te abencoe por este estudo, me ajudou bastante entender a NVI. Percebo que muitas criticas sao feitas mas no final ninguem realmente abre a biblia NVI pra conferir. Ja li a NVi inteira e nao tem absolutamente nada em sua traducao que compromete a sa doutrina.

Em Cristo
Alex

4Him disse...

Deus te abencoe por este estudo, me ajudou bastante entender a NVI. Percebo que muitas criticas sao feitas mas no final ninguem realmente abre a biblia NVI pra conferir. Ja li a NVi inteira e nao tem absolutamente nada em sua traducao que compromete a sa doutrina.

Em Cristo
Alex

Rommel disse...

Rapaz, eu gostei muito da Bíblia Nvi temas em concordância de Silas Malafaia, ate agora não vi nada estranho nela, mas ainda fico com o pé atrás por causa das criticas que fizeram a ela... vou ficar usando, mas de vez em quando confiro nas outras... A PAZ!!!!

Fiel Mensagem disse...

A paz. Não encontrei nada de bem fundamentado. Prefiro continuar com o TR e a ACF.
DEUS nos abençoe e nos guarde.

Fernando Sylva disse...

Graça e paz!
Tenho várias versões das sagradas escrituras inclusive a NVI. Mas ainda prefiro as versões mais antigas, não desmerecendo a NVI. Abraços!

Alexandre disse...

Acredito que a NVI veio para eliminar as ambiguidades causadas pelo parnasianismo das versões almeidas. Grande parte dos irmãos brasileiros não entendem o português de fato. A diferenças entre TR e TC não afetam a doutrina geral de Cristo. Potanto vale mais a comprenção de fato da doutrina por NVI ou NTLH.

DavidTeradata disse...

Para nós Que somos cristãos é facil entender q a nvi somente omitiu algumas pequenas coisas, mas mtem varios viados lendo romanos 8:1 onde tira a condição do salvo e cria em cima desse vers uma pregação onde Jesus aceita suas viadagens. E se vc fala do resto da biblia eles falam que a biblia é contraditoria e nisso endurecem o coração deles e enganam varias pessoas.
Existe o nosso lado dos que entendem a biblia pelo dom do Espirito e o lado dos enganadores.
Na minha visão essa biblia ñ deveria ser assim e a tradução e a omissão de palavras estão erradas.

Unknown disse...

Eu tenho a NVI de Estudo arqueológica que uso diariamente e a Bíblia de Estudo Genebra que uso na Igreja(versão ARA) por ser a versão usada pelos irmãos, e pretendo adquirir a NVI de Estudo porque li excelentes comentários sobre ela.

$ara disse...

tambem não vejo nenhuma coisa errada com a nvi,acredito que tudo que e novo e tras uma luz será perseguido paz

Unknown disse...

O PROBLEMA E QUE ESTAS VERSÃO TIRA A DIVINDADE DE CRISTO COLOCANDO JESUS COMO UM SER CRIADO E NÃO COMO DEUS USANDO AS PALAVRA SENHOR COM LETRA MINÚSCULA EU PREFIRO O TESTO RECEBIDO PELO MENOS LA JESUS E DEUS

Domingos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Domingos disse...

JOSÉ TRINDADE, OBRIGADO PELA PARTICIPAÇÃO!!

QUANTO AO SEU COMENTÁRIO, SÓ POSSO DIZER QUE VOCÊ CERTAMENTE NÃO LEU O ARTIGO DO BLOG OU, SE LEU, NÃO ENTENDEU PORQUE DE FORMA ALGUMA A NVI ANULA A DIVINDADE DE CRISTO!! ENTRE O TC E TR E PREFIRO O TC E A MAIORIA DOS ERUDITOS DE RESPEITO DE HOJE.

ABRAÇO.

Pr. Maurício Irineu disse...

Na verdade, o que se tenta aqui "eufemizar" as modificações da NVI, tem grande importância sim e faz com que esse versão da bíblia seja considerada igual à bíblia jesuíta, por tanto, não é conveniente para os crentes na pessoa de Jesus manusearem essa bíblia, a não ser aqueles que são estudiosos da palavra e o fazem justamente para refutarem mais essa versão adulterada da Palavra de Deus.

Domingos disse...

Pr Maurício Irineu, a sua opinião não foi ignorada, o que não significa que esteja certa, portanto, se além de opinar e criticar a NVI o senhor pudesse mostrar com exemplos o que está dizendo, seria melhor. O objetivo do artigo não foi apenas opinar, tanto que mostrei com exemplos bíblicos que estão querendo desmerecer a NVI sem necessidade alguma.

Fico no aguardo.

Unknown disse...

Gostei da nvi, não acho que seja adulterada e acho que devemos ser gratos a Deus por existirem homens que se dedicaram e se dedicam até hoje as traduções bíblicas.

A DOUTRINA DO DÍZIMO FOI ESTABELECIDA ANTES DA LEI DO AT?

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